Dr. Rodolfo Moraes Silva
Especialista em Clínica Médica, área de
atuação em Dor e Cuidados Paliativos
Existe um princípio na física que diz que “semelhante atrai semelhante”. No espiritismo, entendemos isso perfeitamente, dentro do contexto da sintonia. Segundo a doutrina dos espíritos, cada um de nós tem uma vibração peculiar que nos caracteriza e individualiza, resultado daquilo que realmente somos por dentro, nossos valores, vícios e virtudes.
Em concordância com esse estado interior, manifestamos nossa vibração em torno de nós, concorrendo para a ordem (ou desordem) da vida que nos cerca, na medida em que nossas vibrações concorrem para o bem ou para o mal.
De acordo com a característica preponderante de nosso estado íntimo e vibracional, atrairemos situações e espíritos que estejam na mesma sintonia.
Enquanto estivermos – no exercício legítimo de nosso livre arbítrio – vibrando em faixas negativas, contrárias ao bem, naturalmente atrairemos outros espíritos, dentro da mesma faixa vibratória, quer estejam encarnados ou não. É assim que se formam grupos, unidos pelos mesmos interesses, entre os encarnados e os desencarnados.
Prova disso vemos todos os dias, nos meios de comunicação, notícias sobre formação de quadrilhas e o crime organizado. São espíritos afins, estacionados na mesma faixa vibracional que, por afinidade, se unem em torno de um propósito.
Quando estamos determinados a ser melhores do ponto de vista moral, equivale a dizer que estamos tentando elevar nosso teor vibracional, buscando refletir em torno de nós não mais as vibrações do mal, mas sim as vibrações do bem.
Somos tocados por uma transformação que nos leva a não nos sentirmos mais tão bem em ambientes (possivelmente errados) que antes nos agradavam tanto. Da mesma forma, as mesmas pessoas cujas companhias anteriormente nos faziam tão bem, agora já não nos despertam o interesse.
E vamos nos afastando…
A recíproca é verdadeira. Por estarmos nesse processo de mudança, já não mais agradamos àquelas pessoas e lugares que antes nos procuravam tanto. Vamos sendo, a princípio, vítimas de deboches, depois criticados, talvez até agredidos de alguma forma e, por fim, esquecidos. Expressões como “fulano está tão mudado, ficou bobo” ou “nossa, você viu ciclano? Agora está chato, virou crente” passam a ser comuns nessa etapa do caminho.
Nesse momento, uma relativa solidão pode nos assustar, pois já não nos vemos mais cercados das mesmas companhias, nem nos mesmos lugares e ambientes que antes, e, por outro lado, ainda não encontramos nada que pudesse substituir tal lacuna.
Mas, se por um lado, ao melhorarmos nosso padrão vibratório afastamos coisas ruins, por outro, atraímos coisas boas. Com o tempo, boas pessoas e bons lugares vão substituindo os anteriores, contribuindo para a melhoria geral de nossas vidas. Percebemos que não estamos sozinhos!
E não podemos esquecer que, além da esfera física, a lei da sintonia também fará com que entidades desencarnadas detentoras de melhores padrões vibratórios se aproximem de nós, trazendo consigo paz, serenidade e bem estar para nossas vidas.
Portanto, que a aparente solidão que podemos sentir ao trilhar o caminho do bem não nos assuste! Oremos, antes de tudo, pedindo ao pai força e paciência para suportarmos a fase de transição, confiando que jamais estamos sozinhos, e que o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo trabalha sempre em nosso favor, desde que cada um de nós cumpra com seu dever.
Novos horizontes, com novas companhias, estão em constante construção em nossas vidas. Saibamos confiar na providência divina.