O vício, de qualquer natureza, é
rampa que conduz à infelicidade.
Joanna de Ângelis
Assim como outros vícios, o alcoolismo traz prejuízos físicos, mentais e morais.
Não existe “bebida social”. Isso não passa de um disfarce para uma convivência em sociedade baseada em um hábito vicioso. A evidência de que se trata de um vício é o fato da pessoa não poder ficar sem sua bebidinha habitual.
Por estar tão entranhado na sociedade, o hábito de consumo de álcool faz com que o jovem de hoje nele mergulhe de forma até natural, como afirmação de identidade e independência pessoal.
Triste identidade e deturpada independência! Ao querer se diferenciar ele procura o lado contrário àquele que o levaria a um diferencial de superioridade moral que, afinal, é o objetivo de qualquer nova encarnação.
Viemos para progredir, não para a retomada de vícios fartamente vividos no passado.
Quem assim age não aproveita preciosa oportunidade de reequilíbrio que futuramente voltará a reconquistar, mas, por ter agora desperdiçado, viverá em condições mais dolorosas, com comprometimentos de saúde, com vida social mais difícil, com vivência em meio mais hostil, com oportunidades estreitas e com piores exemplos de convivência no lar.
Ao alcoólatra falta-lhe, também, a humildade e o discernimento de reconhecer seu grave problema e procurar por ajuda.
Todo alcoólico – particularmente o espírita – deveria estar atento ao fato de que, ao contrário do que pensa, não tem controle sobre a situação e também não tem independência, sofrendo, isso sim, a influência espiritual de entidades que praticamente lhe controlam através da vampirização proporcionada pelos interesses comuns de embriaguez.
O encarnado fornece energias utilizadas pelos desencarnados, que as querem sempre em maior quantidade, aumentando, assim, o desejo de ingestão de mais e mais bebidas. Mesmo as atuais bebidas “charmosas”, como aguardentes e cervejas artesanais, vodcas misturadas a sucos de frutas, etc, etc, nada mais são do que portas de entrada a esse vício tão destruidor de pessoas e famílias.
Outra característica muito comum do uso do álcool é o comprometimento físico que conduz ao suicídio indireto. André Luiz, no livro Nosso Lar, narra sua experiência de ter sido tratado como suicida justamente porque bebia “socialmente”, embora não fosse considerado um alcoólatra no estrito sentido. Aquelas pequenas doses ingeridas no lar ou em sociedade foram a matriz de distúrbios orgânicos que, com o tempo, levaram-no ao desencarne prematuro.
Também muito lamentados nos dias de hoje são os acidentes causados por bêbados que não se consideram bêbados. Saem por aí dirigindo veículos acreditando estarem em condições normais, mas o que conseguem são comprometimentos para a vida atual e também para as próximas, já que morrem, matam e incapacitam outras pessoas.
Temos nosso livre arbítrio e dele, diariamente, fazemos uso. Porém, Deus fez com que o tivéssemos para o bom uso, nunca para prejudicarmos a nós mesmos, aos nossos familiares e a outros irmãos de jornada.
A lei divina é clara: A cada um, conforme suas obras!
Ademir Gomes Pinheiro