Trabalho, repouso e aposentadoria: o que os Espíritos nos dizem sobre isso?

Maria Auxiliadora Santos Essado é defensora pública/SP,

membro da AJE-SP (Associação Jurídico-Espírita de São Paulo).

Tiago Cintra Essado é promotor de justiça/SP, membro da AJE-SP.

As recentes notícias acerca das mudanças nas regras para aposentadoria causaram inquietação geral.

Quando irei me aposentar? Será que um dia poderei descansar do trabalho? Eis algumas das diversas dúvidas dos trabalhadores e da população em geral.

Na questão 676 de O Livro do Espíritos afirma-se que o trabalho se impõe ao ser humano como uma necessidade porque constitui um meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Ainda, que sem o trabalho o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso mesmo é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade.

O trabalho é, pois, impositivo da vida em sociedade e configura ferramenta de aperfeiçoamento da inteligência. Logo, instrumento para a evolução espiritual.

Mas, até quando o espírito encarnado deve trabalhar? É justo mesmo que ele possa gozar de benefícios previdenciários?

Os Espíritos também nos esclarecem acerca de tais indagações. Na questão 682 de O Livro dos Espíritos há indicação de que o repouso constitui uma lei da natureza.

Em seguida, na questão 683, os Espíritos respondem que o limite do trabalho é o limite das forças, confirmando, assim, que o homem tem direito de repousar na velhice e até mesmo na doença.

Como se vê amigo(a) leitor(a), o trabalho é impositivo, mas a execução dele está limitada às forças do indivíduo.

Desta forma, é justo que a sociedade se preocupe com as questões afetas às regras de aposentadoria, mesmo porque os Espíritos também nos alertam que aqueles que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho, praticam uma das piores ações, uma vez que tendo o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que impõe a seus inferiores.

Daí que numa sociedade civilizada e conforme às Leis Morais o forte deve proteger o fraco. A vulnerabilidade das pessoas e de grupos em razão de marginalizações socioeconômicas deve ser reduzida por parte dos que detêm condições mais benéficas. Toca-se aqui em outro ponto fundamental do conjunto das leis naturais: o amor, a justiça e a caridade.

Nesse sentido, O livro dos Espíritos também auxilia sobre o que fazer quando o idoso precisa trabalhar para viver, mas se encontra incapacitado: “O forte deve trabalhar para o fraco. Na falta da família, a sociedade deve tomar o seu lugar; é a lei de caridade” (questão 685-a).

Estejamos atentos e façamos a nossa parte.

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