texto de João Senna
O que Faz Alguém Tornar-se Espírita? Como divulgar o Espiritismo?
O Espiritismo é uma filosofia racional, uma proposta existencial, um compromisso para com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Não é o Espiritismo algo que possa ser aceito sem reflexão, pois, ele não tem rituais que, uma vez cumpridos, faz que aconteçam milagres ou acontecimentos difíceis de serem alcançados. Ve-se, portanto, que não é simpático o Espiritismo a todas as pessoas cujos anseios e psicologia pessoal não se adaptem a tais propostas.
Muitos afirmam que não se tornam espiritas porque a doutrina espírita exige a caridade e o uso da razão. Em verdade, não é o Espiritismo que exige, é a própria vida. O Espiritismo apenas revela leis criadas por Deus, a doutrina espírita não cria exigências especiais. Não cabe apenas ao espírita ajudar o próximo e se esforçar para livrar-se de vícios, adquirir virtudes e aperfeiçoar todas as suas qualidades. Todos os espíritos têm essa obrigação dentro da existência universal. Os filhos de Deus não vieram à Terra em plácido recanto esperando serem amados pelo seu próximo sem precisarem amá-lo por sua vez.
Kardec afirma que o entendimento e a aceitação do Espiritismo decorre de uma característica inerente ao espírito encarnado, não dependente de uma inteligência privilegiada ou do meio social. O codificador denominou tal situação com o que poderíamos chamar de: maturidade do senso moral.
Chico Xavier convenceu milhões e chamou os mesmos ao Espiritismo, ao amor do próximo, não por ser espírita ou médium, mas por ser bom. Acreditamos que o que mais chame a atenção, o que mais convence alguém sobre a legitimidade e adequação do Espiritismo como religião e filosofia, seja o exemplo que possamos oferecer no trabalho, na escola, no lar.
Os verdadeiros espíritas serão reconhecidos pelo perfume da caridade que espalham ao redor de si, pela resignação, paciência e tolerância para com todos. Este é, no nosso entendimento, a melhor divulgação da doutrina espírita.
Porto Seguro,10 de março, 2020