A paciência

Eurípedes  B. Carvalho

 

Do conjunto de virtudes que vamos adquirindo durante nossas jornadas terrenas e espirituais, a paciência é, sem dúvida, uma das que mais exigem do espírito disciplina, persistência e autodomínio. Ela atua como freio seguro e preciso no controle das emoções.  Ter paciência é também exercer a caridade.

Seus sinais mais evidentes se manifestam pela compreensão, tolerância e atitudes apaziguadoras, sem que tais gestos signifiquem omissão. Conduta muito difícil de vivenciar-se neste mundo conturbado, apressado e violento e com o qual diariamente nos deparamos. Passar ileso por estas provas é caminho seguro para a paciência.

Em geral não é o que ocorre quando somos testados neste quesito. “A vida é difícil, bem sei, compõe-se de mil nadas que são alfinetadas e acabam por ferir.” Esta frase de rara inspiração, dita por “Um Espírito Amigo” no Cap.IX, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, retrata com clareza o que de fato ocorre conosco no dia-a-dia.

Nos nossos relacionamentos, alfinetadas aqui e ali vão sendo aplicadas e, com freqüência, acabam por nos ferir, ferindo aos outros. A impaciência provoca irritações que se mostram pelas expressões faciais, fluxo sanguíneo, coração acelerado, gestos agressivos e descontrole emocional.

Jason de Camargo, ex-presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, em seu livro Educação dos Sentimentos, assevera-nos que “dependendo das emoções, as supra-renais vertem excesso de adrenalina na corrente sanguínea; o pâncreas produz excesso de glicogênio; os pulmões trabalham mais depressa para ter mais oxigênio; o aparelho digestivo interrompe ou retarda seu funcionamento. Os elementos químicos excessivos gerados por emoções negativas são eliminados lentamente, mantendo o organismo repleto de toxinas e a mente em estado de nervosismo”.

Agindo em contrário, cultivando a paciência ante provocações que nos são enviadas, estaremos, como afirma o referido autor, deixando fluir “emoções superiores (serenidade, alegria, afetividade, etc.) harmonizando o corpo e a mente num equilíbrio que nos dará satisfação interior.” Sem querer impor normas, ou falar de cátedra, pois ainda lutamos com extrema dificuldade no controle das emoções, em especial, a irritabilidade, convém refletirmos, sempre, que:

A paciência une.

A impaciência separa.

A paciência agrega

A impaciência isola.

A paciência é saudável

A impaciência é enfermiça.

A paciência constrói.

A impaciência aniquila.

A paciência espera.

A impaciência desespera.

A paciência perdoa.

A impaciência condena.

Diante dos testes e das provocações a que somos diariamente submetidos – no lar, no trânsito, no trabalho, nos mais imprevisíveis momentos –, possamos eleger a paciência como companheira imprescindível de nossas vidas.

Vejam o que nos diz Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, no lembrete “Paciência”:

A paciência é a virtude que te auxiliará na conquista dos bens do corpo, da alma e da sociedade. Ela ensina a técnica de como se deve aguardar, quando não se pode Ter imediatamente o que se deseja. Jamais te irrites. A paciência te auxiliará a tudo vencer”.

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