Ideologia de gênero

Há mais de 20 anos, grupos de debates em conferências da ONU (Cairo/1994 e Pequim/1995) criaram e passaram a difundir o conceito de ideologia de gênero. Firmou-se a tese de que quando a criança nasce ela deve ser considerada assexuada, ou seja, “liberta da violência de gênero”. A escolha de seu sexo seria posteriormente feita pela própria pessoa e por suas circunstâncias de vida, uma vez que os sexos seriam meras construções culturais e sociais.

Por ferir os mais elementares conceitos de bom senso e por desprezar uma adequada orientação para uma vida de crescimento espiritual, a questão vem preocupando muitos pais e educadores. Mesmo porque, tais conceitos vêm sendo sutilmente introduzidos nas escolas, muitas vezes até com o incentivo do poder público.

Em inspirada entrevista, o orador espírita e Juiz de Direito Haroldo Dutra Dias analisa a questão sob vários aspectos, iniciando suas considerações com o alerta de que não devemos criar um problema que não existe, de vez que a maioria dos reencarnantes traz seu gênero muito bem definido.

A tese da Ideologia de Gênero se assenta em bases estritamente materialistas, não contemplando o universo da realidade espiritual. Assim, crianças que não apresentam problemas de gênero – e que são a grande maioria – devem ser educadas sem que seja colocado em suas mentes um complicador desse calibre. Elas já renasceram com o assunto devidamente programado e resolvido, cabendo-nos orientá-las em seu aprimoramento espiritual e não atira-las a um conflito de tal magnitude. A se seguir essa ideologia, as pessoas não mais poderão ter uma educação em bases simples e honestas, elas serão forçadas a ser criaturas artificialmente complexas, cheias de conflitos, repletas de incertezas…

Evidentemente, aqueles que apresentem dificuldades nessa área devem ser acolhidos, amados, integralmente respeitados e auxiliados em seus processos de definição de gênero. O que não é aceitável é tomar a exceção pela regra, jogando todos em uma vala comum. 

Não podemos esquecer a existência da igualdade formal entre os espíritos, já que todos são criados “simples e ignorantes” e todos chegarão ao estado de perfeição. Assim, somos formalmente iguais e, consequentemente, devemos ser tratados com equidade.

Porém, raciocinando em termos de vida eterna, veremos que, embora exista tal igualdade formal, não há uma igualdade material entre os encarnados. Cada um é uma individualidade, é único, cada espírito traz seus débitos e intenções específicas com vistas ao bom aproveitamento da nova oportunidade de vida.

Há que se ter muito cuidado com essa teoria de uniformização das pessoas, que parece ter sido especificamente concebida no plano espiritual inferior com a intenção de semear dissensões sociais. O que o bom senso e os princípios doutrinários ensinam é o conceito de alteridade, dentro do qual devemos educar as criaturas levando em conta suas diferenças, jamais considerando-as iguais, uma vez que somos completamente diferentes uns dos outros.

Não existem melhores nem piores, e sim a plenitude de autorealização dentro do que nos propusermos a realizar na atual encarnação, tendo o seio familiar como um considerável suporte que Deus nos provê.

Ademir Gomes Pinheiro

Entrevista disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QZ28HFm07gQ

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