Buscando e Encontrando

Vânia Pauletti

 

Durante a passagem terrena experimentamos inúmeras sensações, frutos de nossas ações e reações frente à vida que escolhemos. Passamos, assim, por momentos de tristeza e de alegria, de intolerância e de aceitação, de descrença e de esperança, de raiva e de perdão, de frieza e de amor. Vivenciamos situações diversas que nos fazem refletir e outras que nos fazem chorar; em outras, ainda, desejamos que se repitam ou que esqueçamos. Mas todas elas foram ou são oportunidades para o nosso crescimento intelectual e moral.

Por tudo isso, choramos por alegria e por dor; rimos enquanto felizes ou para nos proteger; ora amamos com liberdade, ora aprisionamos; esperamos atitudes e devolvemos o nada; brigamos e nos doamos. Confortamos e nos afastamos; acolhemos e nos ausentamos; acreditamos e desconfiamos; aconselhamos e nos perdemos; levantamos e caímos; morremos e renascemos.

Todos estes sentimentos demonstram a nossa oscilação entre o bem viver e o mal viver, entre o bem querer e o mal querer. Essas energias que carregamos conosco e as que estão ao nosso redor, nos comprometem com o todo, mas demonstram, também, o nosso esforço na busca incessante de entender os porquês, o como fazer, onde e quando agir. Aos poucos, vamos sentindo que para o nosso caminhar falta-nos algo que possa dar sentindo à nossa existência. Emana do nosso íntimo uma força que nos impulsiona a pensar, a refletir, e a seguir de forma diferente. Mas, pelo nosso orgulho que espelha a nossa imaturidade espiritual, deixamos muitas vezes de lado esse alerta que nos pede a mudança de atitudes para o encontro sincero entre a criatura e o seu Criador.

A humanidade atravessa um tempo de desajuste, desencanto e descrença, pois, debaixo de muitas dores existem sofrimentos inimagináveis; debaixo de muitas alegrias também existem sofrimentos. Buscar Deus para nos sustentar ou nos equilibrar nos graves momentos que passamos sem senti-Lo, isolados das verdades espirituais, priorizando a posse do dinheiro, com egoísmo disfarçado, deixando à solta a intolerância nos seus variados aspectos, dá-nos a certeza absoluta da importância de infundirmos a ideia de Deus que nos inspira o respeito do homem pelo homem, que ensina a convivência pacífica, sem subjugação, que intui o espírito encarnado a multiplicar seus recursos não para dominar, mas para que a sociedade avance em moralidade e equilíbrio. E será na convivência com diversos tipos de pessoas, para aprendermos diferentes formas de pensar e perceber outros tipos de necessidades, que educaremos nossos sentimentos, aprimorando nosso “olhar o outro” como irmão.

Diariamente temos inúmeros fatos, às vezes com aparência insignificante, que se observados com atenção, deles poderemos extrair ensinamentos para a nossa vida. Deus é o que há de mais essencial, de mais necessário para nos amparar em nossas relações com o outro. Ele respeita Suas criaturas e aguarda pacientemente que elas não cessem a busca, pois é a forma de encontrá-Lo.

Quando nos conectamos a esta força que nos deu a vida, que está presente em nós, conseguimos entender os recursos que nos são ofertados para buscá-Lo e senti-Lo na essência que habita o ser humano desde a sua criação.

Sentir Deus é atender aos chamados do coração, abandonando a interpretação racional limitada do homem; é sentir a sua Grandeza, sua Onipresença no Universo, e, assim, deixá-Lo preencher o nosso vazio com seu amor. Estar em Deus é testemunhá-Lo. É alterar profundamente nossa conduta, aquecendo vidas com esperança, confiança e fé, dando visibilidade ao fato de que somos filhos do amor que pulsa em todo o Universo.

E assim a vida do homem vai sendo escrita no plano geral de cada criatura, a cada encarnação, para que se cumpra a lei do progresso e para que encontremos a felicidade em nós, felicidade essa que é estarmos em Deus e Deus estar em nós.

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